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O In4Med teve na sua génese um objetivo simples: comple(men)tar a formação dos nossos estudantes. A sua primeira edição ocorreu num auditório para apenas 50 pessoas, em que os palestrantes eram professores da nossa faculdade. Passadas cinco edições, como é que o In4Med se tornou num congresso para 450 participantes portugueses e internacionais, em que as vagas esgotam em menos de uma hora?
Para dar resposta a estas perguntas, temos de analisar vários fatores de base:
- A instituição. Neste caso, o Núcleo de Estudantes de Medicina da Associação Académica de Coimbra (NEM/AAC), que, com o seu método de trabalho e base de contactos, permitiu a agilização da logística e o contacto de vários stakeholders. Sem a instituição, o congresso estaria muito mais fragilizado. Fica aqui o agradecimento por esta casa que tão bem nos recebeu!
- A equipa. São múltiplas as vantagens de se ser uma Comissão Organizadora externa à Direção do NEM: por um lado, há pessoas exclusivamente dedicadas ao congresso; por outro, muitos membros eram ex-participantes, com excelente feedback e contribuições.
- A visão e ambição. Efetivamente, o terreno pode ser fértil, mas se não houver um trabalho contínuo e motivação para prosseguir nesse trabalho, pode ser difícil que a colheita dê frutos (perdoem-me a metáfora agrária). Partiu de mim, como Coordenador-Geral, motivar e dar as ferramentas necessárias para que a equipa tivesse sucesso nas suas inúmeras tarefas. O mindset era simples: “mais e melhor”!
Tendo uma base sólida, é preciso instituir mecanismos funcionais de comunicação para que a motivação se mantenha sempre elevada e que o trabalho seja profícuo. A experiência associativa ensinou-me que a má comunicação pode ser causa principal de conflitos e má produtividade. Com diferentes personalidades, diferentes backgrounds, o atrito é inevitável. É necessário, pois, aprender a geri-lo. Sharing is caring!
Foquemo-nos, agora, no congresso em si.
Quando planeámos os convites, definimos que queríamos oradores capazes de inspirar os participantes, fosse pela sua história de vida, fosse pelo seu trabalho, e assim dinamizassem apresentações no formato TED-like. No final, contámos com a presença de dois laureados com o Prémio Nobel, o Prof. Bert Sakmann e o Prof. Rolf Zinkernagel, além do controverso Sergio Canavero, o primeiro neurocirurgião a fazer um transplante de cabeça. Ao mesmo tempo, mostrámos a “prata da casa”, com a participação do Prof. Lino Gonçalves e da Dra. Mafalda Martins. Quisemos, ainda, dar novas oportunidades de aprendizagem, num espírito de competição, criando o “Doctor, Crack My Case” e continuando o AstraZeneca Foundation Competition.
Concomitantemente, quisemos providenciar uma experiência In4Med única e memorável, apostando num jogo de luzes e som que criou o ambiente ideal para “hipnotizar” os participantes e focar a atenção no que estava a acontecer em palco.
Por outro lado, os workshops continuaram a ser uma forte aposta do In4Med, sempre com uma grande componente prática e uma variedade colossal, de forma a garantir que todos os participantes pudessem ter quatro horas de pura aprendizagem de skills para a sua vida pessoal e/ou profissional. Este ano atingimos os 29 workshops em simultâneo e a perspectiva é crescer!
Para lá da formação, acreditamos que o In4Med deve ser também convívio e cultura. Com o Jantar de Gala e a tarde no Museu da Ciência, mostrámos o quão versátil o estudante de Medicina consegue ser.
O que esperar do próximo In4Med? Só a próxima Comissão Organizadora saberá responder, mas cheira-me que vai ser melhor que esta 5.ª edição!